Viva la Vida!

O Miguel Alexandre Pereira quer me no mundo dos blogues. Será que se avizinha um novo regresso? Ou melhor, um renascer das cinzas?

Tempo... Tempo...

Vivemos a nossa vida sob o controlo do tempo, este maldito conceito abstracto que não se pode definir. O que é o tempo afinal?

Tempo... Tempo...

Passamos a vida a dizer que não temos tempo: "Desculpa, não posso, não tenho tempo", ou melhor dizendo: "Desculpa, esta ideia abstracta que é o tempo não me permite dispensar um pouco da minha para fazer algo".

Tempo... ó maldito tempo!...

"Quem me dera ter tido mais tempo" - Será que não temos o tempo suficiente? Será que precisamos mesmo de mais tempo para viver a vida?

Pergunto a mim mesma como seria reger a nossa vda sem o "tempo"? Não haveria mais "o trabalho é para ser entregue daqui a um x de tempo", nem "tenho de me ir embora já para ter tempo para apanhar o autocarro", nem, a mais cruel frase, "Desculpa, não tenho tempo de ser feliz contigo ou de te fazer feliz".

Seria eu mais feliz sem a palavra tempo? Sem este conceito que domina a minha vida?...

Quem sabe... talvez deveria tirar umas "férias" do tempo... afinal de contas, consegui arranjar "tempo" para escrever isto...

Nunca vi ninguém encarar o mar como tu o fazias. Já tinhas lutado contra ele, já tinhas perdido, mas finalmente acabavas de ganhar. Sabias que tinhas saído daquela batalha um vencedor...

Quando partiste no teu passeio diário pensavas que nada iria acontecer. O mar estava calmo e o céu limpo. Ninguém poderia adivinhar o que se seguiria.

Outrora foste um navegador sem jeito. As mais pequenas ondas faziam o teu pequeno barco virar e tu eras engolido pelo mar sem dó. Com o tempo ganhaste experiência e apenas as grandes tempestades te derrotavam. Porém, também aprendeste a desistir e não te atrevias a ir ao mar em dias de temporal.

Naquela tarde a água estava mais cristalina do que o normal. Pensaste ser uma benção e aproveitaste para observar a vida marítima. Aos poucos uma doce brisa começou a levantar-se, tornando-se depois num vento forte que fazia agitar o mar. Não querias acreditar que era possível que o tempo mudasse assim tão depressa, mas o certo é que o céu se tornou negro e a chuva começava a cair. Tentaste remar de volta a terra, mas já não tinhas forças para mais. O vento soprava contra ti e as ondas puxavam-te para cada vez mais longe de terra...

Enquanto tu lutavas contra o mar, eu olhava-te quieta como uma estátua, sabendo que nada podia fazer além de rezar... e rezei...

 

Foram os 5 minutos mais longos da tua vida. Quando o mar revirou o teu barco e te engoliu numa fúria incalculável, juravas estar a viver os últimos minutos da tua vida. E eu desesperei, cai na areia e gritei, chorei e corri para o mar. Não podia te perder. Bati na água, revoltada, com esperança de lutar contra o mar e de te trazer para mim. Tu continuavas debaixo de água e eu sabia que a cada minuto que passava, a esperança morria um pouco.

 

O luar começou a reflectir no mar. Era já de noite e ainda não havia sinais de ti. Pensei que tinhas perdido a luta, que era o final da tua guerra com o mar e que tu tinhas saído derrotado. Fiquei sentada na areia molhada, sem tirar os olhos do mar. Era irónica a forma como ele era belo e terrível ao mesmo tempo. Deitei-me na areia e dormi.

Quando acordei, coberta de areia e gelada, olhei de novo o mar. Calmo e de águas translúcidas. Olhei para o fundo da praia, com desejo de te encontrar mas sem qualquer gota de esperança. Porém lá estavas tu, deitado na areia, nu, gelado, dorido, mas vencedor. Tinhas te agarrado às rochas e quando a tempestade parou nadaste até terra. Nunca eu sentira tanto orgulho como senti naquele momento. Foste um lutador, e venceste!

Perdi-me no teu olhar assim que te vi. Não precisei de palavras, de toques, de sorrisos, de gestos... Foi o teu olhar. Por detrás do teu meigo sorriso escondia-se um olhar ardente, cheio de desejo, apaixonado, vivo. 

Sabia que tudo iria mudar. Perdi-me de tal forma que tudo deixou de fazer sentido. O mundo deixou de existir. Eras tu e eu, nada mais. Eu, tu e a louco desejo que aos poucos se apoderava de nós.

As palavras entre nós foram escassas, pois o olhar tudo disse.

- Quero-te! - suspiraste ao meu ouvido enquanto me agarravas. Não podia resistir, sentia-me perdida sem ti, perdida em ti, perdida num mundo novo e desconhecido que ousava experimentar.

Deixei-me levar quando os teus lábios tocaram os meus. O teu abraço reconfortou-me, fez-me sentir menos perdida.

Sabia que tinha encontrado o caminho... e o resto... o resto ficou entre nós, entre o nosso olhar...

Esperava-te como nunca esperei ninguém. Ansiei o teu toque durante este tempo todo e estava a minutos de recebê-lo. O que tinha começado com uma troca de olhares tornara-se algo incontrolável, algo impossível de explicar, algo que apenas nós podíamos sentir e experimentar...
Cada segundo que passava sem ti era uma tortura inexplicável. Os meus lábios sentiam falta dos teus, os meus olhos procuravam.te em todo o lado, o meu corpo exigia sentir as tuas mãos a deslizar pela minha pele.
Quando te vi pela primeira vez todo o meu corpo arrepiou-se. Sabia que tu eras aquele que me iria levar a sítios onde nunca tinha ido, serias aquela pessoa que me faria fazer coisas que nunca havia pensado fazer. O teu olhar possuiu-me como nunca ninguém havia feito.

Foi naquela noite fria e só de Outono que me apaixonei por ti. Ali estavas tu, eterna e velha, glória do meu ser. Eras a jóia que iluminava a minha noite sombria. Serias tu quem me animaria com o teu amanhecer tranquilo e repentino.

Outrora foras para mim um loval de infortúnio, um lugar que visitava fugazmente... Hoje és um local de passagem, um local percorrido pelo meu profundo olhar e amado pelo meu coração.

E as águas que te separam do meu lar, ficam docilmente agitadas com a chuva e, à noite, espelham aquele brilho laranja que te ilumina.

És uma pequena caixa cheia de surpresas que me fascina mais a cada dia que passa. Nunca me aborreces, apenas me deslumbras.

És a cidade da luz, do mistério, do amor, dos segredos. É local de saudade e esperança. És Revista e Fado. És e sempre serás... Lisboa...

Nunca pensei que iria-me perder no teu olhar... O certo é que tal aconteceu. O destino é incerto e por vezes faz-nos cruzar com pessoas que nos fazem sentir vivas outra vez...

Todos aqueles pequenos momentos não passaram de um jogo de crianças, de trocas de provocações, mas o certo é que me fizeste sentir bem comigo mesma. Anseava o teu toque, amei o teu perfume, desejei a tua presença...

É aterrador desejar o proibido, dar como perdida a batalha mesmo antes desta começar. Mas assim tem de o ser. És uma tentação à qual eu não vou ceder...

Mas fazes-me sentir tão bem....

Já passaram quase 7 anos desde o dia em que te conheci (sim, faz as contas) e parece que foi ontem. Começámos logo a picar-nos um ao outro, algo que viria a ser uma constante na nossa relação. Nunca pensei que viesses a tornar-te uma pessoa tão importante na minha vida. Já não consigo fazer nada sem te contar, sem te pedir um conselho, sem ouvir uma palavra de apoio tua.

Tivémos os nossos altos e baixos, mas nunca duvidei da nossa relação. Sei que a nossa amizade é algo imensamente forte, capaz de ultrapassar imensos obstáculos.

Foste tu que me incentivaste a escrever, a criar este e blog e, por isso, achei que já era altura de te homenagear. Não dizias que querias que eu escrevesse algo novo? Bem aqui tens.

Isto tudo é para te dizer:

Miguel Alexandre Mendonça Pereira, adoro-te meu caro amigo!!!

Acordei com vontade de voltar atrás. Sentia uma saudade louca. Por momentos desistiria do “para sempre” para te tocar, sentir o teu perfurme que beija a tua pele como caricias de mil toques trocados entres nós, sentir a tua pele suave junta à minha…

... e leva-me até onde eu nunca fui. Faz-me sonhar, alcançar o meu incosciente...

Hipnotiza-me! Faz-me ser quem nunca fui, quem sonho ser.

Quero-me ver fora deste louco mundo que me rodeia. Quero viver num mundo só meu, onde não existe dor nem sangue derramado! Quero entrar em contacto com a minha alma, com o meu coração, antes que seja tarde demais.

Liberta-me! Liberta-me deste desespero. Faz-me sentir o meu verdadeiro eu! Leva-me ao céu e deixa-me lá ficar! Liberta-me da raiva, do ódio!

Mas sobretudo deixa-me entrar em transe... e deixa-me lá ficar...